Biblioteca Joanina
A Biblioteca Joanina é o expoente máximo do Barroco português e considerada uma das mais ricas bibliotecas europeias. Conhecida como Biblioteca Joanina em honra e memória do Rei D. João V, que autorizou a sua construção e cujo retrato, pintado por Domenico Duprà, domina, categoricamente, o espaço do Piso Nobre.
A sua construção ficou concluída em 1728. Esteve em funcionamento, como Biblioteca da Universidade, desde 1777 até à primeira metade do séc. XX.
No seu interior existem cerca de 60 mil volumes, datados do séc. XVI ao séc. XVIII, das mais variadas temáticas que, ainda hoje, podem ser consultados.
Este edificio encontra-se dividido em 3 pisos:
Piso Nobre
O andar nobre é composto por três salas revestidas por estantes e varandas ornamentadas com ricas talhas e pinturas a ouro sobre fundo preto, na primeira sala, vermelho na segunda e verde na terceira. A comunicação entre as salas faz-se através de arcos rematados por escudos. O revestimento é de madeira, pintada de tal forma que aparenta ser mármore. As paredes estão cobertas por estantes de dois andares em madeira de carvalho, dourada e policromada. Ao longo das salas encontram-se seis mesas com embutidos, feitas de preciosas madeiras tropicais. As figuras que se encontram nos tetos foram cuidadosamente escolhidas e contêm mensagens ainda atuais, relacionadas com a ideia de Universidade.
Nos três andares que compõem o edifício guardam-se perto de 60 000 volumes, representando o que de melhor se imprimiu na Europa entre os séculos XV e XVIII. Na sua grande maioria, esses livros fazem parte do nosso catálogo eletrónico e continuam a ser objeto de procura. Em média são requisitadas cerca de 750 obras em cada ano. A Biblioteca tem em curso um processo seletivo de digitalização.
O edifício é uma caixa-forte essencialmente pensada para conservar os livros: as paredes exteriores têm 2 metros e 11 centímetros de espessura. Para além da humidade e da temperatura, os livros podem ser afetados pelos insetos que se alimentam de papel. Para resistir a esse perigo, as estantes são feitas de madeira de carvalho, apreciada pela sua densidade, durabilidade e ainda pelo odor que mantém afastados os insetos.
Desde há pelo menos dois séculos e meio que habitam a Biblioteca duas colónias de morcegos que contribuem para o controle de pragas. A presença destes mamíferos requer, porém, um cuidado adicional: no final de cada dia, é necessário cobrir as mesas com “toalhas” de couro. Esse procedimento, que era habitual em templos e palácios, contribui ainda para impedir os danos causados pelos dejetos dos animais.
Piso Intermédio
Esta sala teve sobretudo duas finalidades: serviu de apoio aos guardas que vigiavam a prisão académica (extinta em 1834) e funcionou como depósito dos livros que eram lidos no piso nobre.
Antes de ter sido integrado no circuito turístico da Universidade (em 1 de novembro de 2010) este espaço encontrava-se dedicado ao trabalho com o livro antigo: limpeza, restauro e catalogação.
Pensa-se ainda que, ao longo do século XIX, o andar possa ter funcionado como habitação de professores ou outros membros da comunidade académica.
No início, não existia comunicação fácil entre o piso intermédio e o piso nobre. As escadas que hoje ligam os dois pisos da Biblioteca foram apenas construídas em finais do século XIX. O andar é ainda hoje usado para exposições documentais.
Uma das curiosidades mais interessantes neste espaço são as pequenas marcas nas pedras das arcadas, feitas pelos canteiros, que ainda hoje são visíveis. Com efeito, neste piso não houve a preocupação de criar um espaço rico e belo. Os acabamentos são simples, mantendo-se as pedras no seu estado bruto. Cada canteiro teria uma “assinatura”, para ser mais fácil controlar o trabalho feito e assim receber o seu salário.
Prisão Académica
À semelhança do que acontecia com outras universidades europeias de prestígio, a Universidade de Coimbra teve, durante muito tempo, o privilégio de se reger por legislação própria (Foro Académico). A existência desse privilégio protegia a comunidade académica, (professores, funcionários e estudantes) do convívio com criminosos de delito comum. Assim sucedeu até 1834, data em que esse privilégio terminou.
Depois de ter conhecido outros lugares, a prisão académica funcionou também neste espaço, coincidindo aproximadamente com o que antes tinha sido a cadeia do Paço Real.
Estamos assim perante um cárcere de origem medieval, o mais antigo que se preserva em Portugal. Da estrutura primitiva restam ainda duas celas estreitas e uma escada em caracol.
Em 1782, na sequência da reforma da Universidade empreendida pelo Marquês de Pombal, o espaço beneficiou de algumas transformações: acrescentaram-se celas comuns, sala de visitas, um oratório e até latrinas, que ainda hoje são visíveis na sala mais espaçosa.
Mais recentemente, o piso térreo serviu como depósito de livros. Assim aconteceu no período que se seguiu à extinção dos colégios universitários que, na sua maioria, se encontravam instalados na parte baixa da cidade. Em alguns casos, as bibliotecas que serviam esses mesmos colégios foram transportadas para este lugar e também para o piso intermédio, aí ficando alguns anos, a aguardar por catalogação e colocação nos pisos superiores da Biblioteca.
A Biblioteca Joanina é o expoente máximo do Barroco português e considerada uma das mais ricas bibliotecas europeias. Conhecida como Biblioteca Joanina em honra e memória do Rei D. João V, que autorizou a sua construção e cujo retrato, pintado por Domenico Duprà, domina, categoricamente, o espaço do Piso Nobre.
A sua construção ficou concluída em 1728. Esteve em funcionamento, como Biblioteca da Universidade, desde 1777 até à primeira metade do séc. XX.
No seu interior existem cerca de 60 mil volumes, datados do séc. XVI ao séc. XVIII, das mais variadas temáticas que, ainda hoje, podem ser consultados.
Este edificio encontra-se dividido em 3 pisos:
Piso Nobre
O andar nobre é composto por três salas revestidas por estantes e varandas ornamentadas com ricas talhas e pinturas a ouro sobre fundo preto, na primeira sala, vermelho na segunda e verde na terceira. A comunicação entre as salas faz-se através de arcos rematados por escudos. O revestimento é de madeira, pintada de tal forma que aparenta ser mármore. As paredes estão cobertas por estantes de dois andares em madeira de carvalho, dourada e policromada. Ao longo das salas encontram-se seis mesas com embutidos, feitas de preciosas madeiras tropicais. As figuras que se encontram nos tetos foram cuidadosamente escolhidas e contêm mensagens ainda atuais, relacionadas com a ideia de Universidade.
Nos três andares que compõem o edifício guardam-se perto de 60 000 volumes, representando o que de melhor se imprimiu na Europa entre os séculos XV e XVIII. Na sua grande maioria, esses livros fazem parte do nosso catálogo eletrónico e continuam a ser objeto de procura. Em média são requisitadas cerca de 750 obras em cada ano. A Biblioteca tem em curso um processo seletivo de digitalização.
O edifício é uma caixa-forte essencialmente pensada para conservar os livros: as paredes exteriores têm 2 metros e 11 centímetros de espessura. Para além da humidade e da temperatura, os livros podem ser afetados pelos insetos que se alimentam de papel. Para resistir a esse perigo, as estantes são feitas de madeira de carvalho, apreciada pela sua densidade, durabilidade e ainda pelo odor que mantém afastados os insetos.
Desde há pelo menos dois séculos e meio que habitam a Biblioteca duas colónias de morcegos que contribuem para o controle de pragas. A presença destes mamíferos requer, porém, um cuidado adicional: no final de cada dia, é necessário cobrir as mesas com “toalhas” de couro. Esse procedimento, que era habitual em templos e palácios, contribui ainda para impedir os danos causados pelos dejetos dos animais.
Piso Intermédio
Esta sala teve sobretudo duas finalidades: serviu de apoio aos guardas que vigiavam a prisão académica (extinta em 1834) e funcionou como depósito dos livros que eram lidos no piso nobre.
Antes de ter sido integrado no circuito turístico da Universidade (em 1 de novembro de 2010) este espaço encontrava-se dedicado ao trabalho com o livro antigo: limpeza, restauro e catalogação.
Pensa-se ainda que, ao longo do século XIX, o andar possa ter funcionado como habitação de professores ou outros membros da comunidade académica.
No início, não existia comunicação fácil entre o piso intermédio e o piso nobre. As escadas que hoje ligam os dois pisos da Biblioteca foram apenas construídas em finais do século XIX. O andar é ainda hoje usado para exposições documentais.
Uma das curiosidades mais interessantes neste espaço são as pequenas marcas nas pedras das arcadas, feitas pelos canteiros, que ainda hoje são visíveis. Com efeito, neste piso não houve a preocupação de criar um espaço rico e belo. Os acabamentos são simples, mantendo-se as pedras no seu estado bruto. Cada canteiro teria uma “assinatura”, para ser mais fácil controlar o trabalho feito e assim receber o seu salário.
Prisão Académica
À semelhança do que acontecia com outras universidades europeias de prestígio, a Universidade de Coimbra teve, durante muito tempo, o privilégio de se reger por legislação própria (Foro Académico). A existência desse privilégio protegia a comunidade académica, (professores, funcionários e estudantes) do convívio com criminosos de delito comum. Assim sucedeu até 1834, data em que esse privilégio terminou.
Depois de ter conhecido outros lugares, a prisão académica funcionou também neste espaço, coincidindo aproximadamente com o que antes tinha sido a cadeia do Paço Real.
Estamos assim perante um cárcere de origem medieval, o mais antigo que se preserva em Portugal. Da estrutura primitiva restam ainda duas celas estreitas e uma escada em caracol.
Em 1782, na sequência da reforma da Universidade empreendida pelo Marquês de Pombal, o espaço beneficiou de algumas transformações: acrescentaram-se celas comuns, sala de visitas, um oratório e até latrinas, que ainda hoje são visíveis na sala mais espaçosa.
Mais recentemente, o piso térreo serviu como depósito de livros. Assim aconteceu no período que se seguiu à extinção dos colégios universitários que, na sua maioria, se encontravam instalados na parte baixa da cidade. Em alguns casos, as bibliotecas que serviam esses mesmos colégios foram transportadas para este lugar e também para o piso intermédio, aí ficando alguns anos, a aguardar por catalogação e colocação nos pisos superiores da Biblioteca.